CARTA À COMUNIDADE ESTUDANTIL, MÃES, PAIS E/OU RESPONSÁVEIS

Os Institutos Federais tem se mantido, com grande sacrifício de servidores e de gestores, como instituições de elevada qualidade e acessível às(aos) filhas(os) das(os) trabalhadoras(es) brasileiras(os), proporcionando escolarização e formação àquelas/àqueles que pretendem ocupar funções no setor público ou na iniciativa privada, bem como dar continuidade aos estudos de graduação e de pós-graduação nos próprios Institutos e Universidades Federais.

A criação e expansão dos Institutos Federais nos anos 2000, acompanhados de políticas de democratização de acesso e de assistência estudantil, proporcionaram grandes espaços para filhas(os) da classe trabalhadora no seu interior.

Todavia, nos deparamos diariamente com realidades adversas, como falta de recursos destinados à infraestrutura, à assistência estudantil e à manutenção predial, limpeza e segurança. Trata-se de processos de precarização em curso nos Institutos Federais, que foram aprofundados nos governos Temer e Bolsonaro a ponto de ameaçar o desenvolvimento da função social para as quais foram criados.

Na atual conjuntura, em que pese iniciativas do atual Governo Federal de criação de uma centena de novos campi nos Institutos Federais, vivenciamos a continuidade de processos de precarização herdados, pois foram apenas atenuados. Em essência, o atual governo mantém as instituições sub-financiadas e servidores com salários e condições de trabalhos aviltados!

A greve como direito das(os) trabalhadoras(es) da Rede Federal

A greve é um instrumento de luta que garantiu a conquista de boa parte dos direitos das(os) trabalhadoras(es) e das(os) estudantes. É também parte integrante da luta por uma educação pública, gratuita, laica, inclusiva e de qualidade!

A greve é direito das/os servidoras/es públicos federais. No caso específico da educação, ao seu término, tem curso negociações em torno de reposição de aulas, de modo a não comprometer a conclusão de cursos por parte das(os) estudantes!

Àquelas(es) que afirmam que a greve é fator determinante de evasão de estudantes da instituição, temos clareza em afirmar que o subfinanciamento institucional, expresso na precarização das instituições de educação e em restrição de oferta de assistência estudantil, somado aos salários e condições de trabalhos rebaixados das(os) trabalhadoras(es) da educação, efetivamente compõe alguns do fatores determinantes de evasão escolar!

Pelo que lutamos?

  • Lutamos pela criação de restaurantes nos campi, acessível a toda a comunidade acadêmica;
  • Lutamos pelo aumento de número e dos valores das bolsas de permanência estudantil e reajuste anual dos valores recebidos a partir do índice de inflação, ampliando as condições de permanência e êxito das(os) estudantes;
  • Lutamos pelo aumento da quantidade e do valor das bolsas de pesquisa, extensão, ensino e monitoria;
  • Lutamos contra o funcionamento precário dos campi, com prédios não concluídos, infraestrutura precarizadas (infiltrações, falta de salas de aula, laboratórios e equipamentos, etc) e carência de insumos;
  • Lutamos pela revogação das medidas de ataque à educação, sendo uma delas a revogação do Novo Ensino Médio;
  • Lutamos por um funcionamento cotidiano respeitoso nos campi dos nossos Institutos Federais;
  • Lutamos por melhores salários e condições de trabalhos, e pela valorização de todas(os) as(os) trabalhadoras(es) dos Institutos Federais;
  • Lutamos por mais Técnicos, Docentes e Valorização das(os) Terceirizadas(os).
  • Lutamos por gestão verdadeiramente democrática, participativa e pela superação do trabalho hierarquizante e alienante;
  • Lutamos por ensino/formação integrada e crítica, educação inclusiva e com diversidade, e Educação de Jovens e Adultos.

Nós, servidoras(es) da Educação Federal, compreendemos ser fundamental o engajamento da comunidade estudantil e dos pais, mães e/ou responsáveis na defesa da Rede Federal e da reversão do quadro de precarização vivenciada pelos Institutos Federais e seus servidores. Nesse sentido, solicitamos a participação nas mobilizações e atividades promovidas pelas(os) servidoras(es) docentes e TAEs em greve nos campi e reitorias do IFG e do IF Goiano.

NA LUTA POR UMA EDUCAÇÃO PÚBLICA, GRATUITA, LAICA, INCLUSIVA E DE QUALIDADE!

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