Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o Sindicato dos Trabalhadores em Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica – Goiás (Sintef-GO) promoveu na manhã desta quinta-feira, 8 de março, um debate para abordar os desafios da luta feminina na atual conjuntura. O evento ocorreu no Miniauditório Demartin Bizerra (Câmpus Goiânia do IFG), tendo como convidadas as professoras Najla Frattari e Magda Borges, sob mediação da servidora Juliana Damando Vaz, que é diretora de Assuntos dos Técnico-Administrativos do sindicato.
Em sua abordagem, a professora Magda Borges trouxe à tona a luta histórica das mulheres por seus direitos, destacando alguns nomes que batalharam em defesa do movimento feminino no mundo e no Brasil. Entre os nomes de brasileiras, ela lembrou da paraibana Margarida Maria Alves, líder sindical e defensora dos direitos humanos, que foi assassinada em 1983, na frente do marido e do filho pequeno. A sindicalista, que costumava dizer que é “melhor morrer na luta do que morrer de fome”, tinha forte atuação contra os donos das usinas de cana de açúcar. Sua disposição de luta é lembrada na Marcha das Margaridas, símbolo político e representativo das mulheres trabalhadoras rurais.
A professora Najla Frattari conduziu sua intervenção ressaltando aspectos legislativos e as políticas públicas para as mulheres, apontando a necessidade de se combater dados alarmantes do Mapa da Violência no Brasil. “Nesses últimos trinta anos (1983-2013), mais de 100 mil mulheres morreram em decorrência de agressão. Nesse período, o país apresentou um aumento de mais de 200% no número de mulheres assassinadas. Em 1980 eram 1.353 assassinatos por ano; em 2010, saltou para 4.297; já em 2013, o número de vítimas do sexo feminino chegou à 4.763”, revelou. Najla também apontou que o Brasil ocupa a 7º posição no ranking dos países em que mais se mata mulheres por agressão. No cenário nacional, Goiás ocupa a 3º colocação, tendo o município de Alexânia (1º) e Goiânia (5º) entre os mais violentos em relação à população feminina.
Como grande conquista, Najla destacou a Lei Maria da Penha, que é considerada pela ONU como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência contra as mulheres. Para ela, a luta para aprimorar os mecanismos de enfrentamento à violência deve ser constante. É preciso atentar também para as políticas em curso, para que os direitos conquistados não sejam retirados com projetos que subtraem a proteção, a segurança e a liberdade feminina. Por isso, o dia 8 de março é um dia de reflexão.
Após o debate, foi servido um café na Sala dos Servidores, oportunidade para interação entre os presentes.