Instituído como feriado do Dia das/os Trabalhadoras/es no Brasil desde 1925, o 1º de Maio é uma data para homenagear a classe trabalhadora, relembrar suas lutas históricas, seus líderes e seus mártires. As primeiras pautas do movimento foram elevação salarial, redução da jornada de trabalho, descanso semanal remunerado e direito de organização sindical. Além disso, a data também agregou temas como a defesa da democracia política e as lutas por uma sociedade igualitária.
O 1º de Maio já era comemorado desde o final do XIX, com discursos exaltados de socialistas e de anarcossindicalistas nas grandes cidades brasileiras e passou a ganhar maior relevância a partir dos anos 1910. Nesse período, para além dos direitos trabalhistas, os atos afirmavam a necessidade da independência e da autonomia da classe trabalhadora frente à classe patronal.
Desde sua adoção, o 1º de Maio compõe o universo de consciência e identidade política da classe trabalhadora brasileira e mundial, em alguns momentos articulando a defesa dos direitos trabalhistas aos objetivos históricos vinculados à emancipação da classe, em outros não. Essa oscilação ocorreu conforme o contexto histórico e social de cada época.
Tal apanhado é fundamental para a compreensão do período histórico em que nos encontramos, caracterizado pela crise do sistema capitalista, mas também por privatizações, financeirização e flexibilização neoliberal.
A escalada neoliberal e ultraconservadora que se intensificou no Brasil após o golpe de Estado de 2016, conduzida pelos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro, foi derrotada na eleição presidencial de 2022, criando expectativas quanto à inclusão de trabalharas/es e de camadas populares no Orçamento Federal- inclusão com vista a viabilizar reforma tributária que busque a taxação de quem ganha/tem mais, revogação das contrarreformas neoliberais, avanço das políticas públicas e revogação do Novo Ensino Médio.
Todavia, o pragmatismo do governo Lula fica expresso na proposta de arcabouço fiscal, materializando interesses da burguesia financeira e dos especuladores em geral. Trata-se de uma reiteração da lógica financeirista de gestão do Estado e seus desdobramentos, como reposição de austeridade fiscal, realização de superávit primário e pagamento da dívida pública a banqueiros e especuladores em detrimento de saúde, educação, seguridade social, moradia e reforma agrária.
Nós, trabalhadoras/es, precisamos estar atentas/os para que a derrota eleitoral do projeto político que representava morte e destruição, por meio de uma frente ampla policlassista, redunde na legitimação/naturalização das contrarreformas neoliberais que nos retiraram direitos. Nesse sentido, é fundamental que trabalhadoras/es se organizem, mobilizem e lutem de forma independente e autônoma em relação aos governos de plantão e aos seus partidos e às entidades que lhes dão sustentação.
Diante disso, o Sintef-GO conclama a todas/os a tomarem para si este 1º de Maio, compondo atos políticos, conversando com amigos, vizinhos e colegas de trabalho sobre a importância desta data para a classe trabalhadora, bem como se conscientizando das lutas que precisamos travar contra o neoliberalismo e os governos que lhe dão respaldo. Em Goiânia, o 1º de Maio ocorrerá na Praça do Trabalhador, a partir das 15h. Na oportunidade ocorrerão manifestações políticas, shows musicais e atividades recreativas!
Por um 1º de maio da classe trabalhadora!
Sintef-GO,
Na Luta!