Ato nacional da UNE em Brasília reúne mais de 20 mil

A manifestação ocorreu na manhã da última sexta-feira (12/7), devido ao acontecimento simultâneo do Congresso Nacional da União Nacional dos Estudantes, da Plenária Nacional do Sinasefe e do Conselho Nacional do Andes.

O Ato Nacional em Defesa da Educação e contra a Reforma da Previdência ocupou as ruas da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na manhã da última sexta-feira. Cerca de 20 mil pessoas compareceram; a maioria estudantes, mas também professores, técnico-administrativos em educação e outras categorias de trabalhadores, como farmacêuticos e servidores do judiciário. O Sinasefe e os servidores da Rede Federal que estavam na capital para a Plenária também se somaram à luta.

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A manifestação se iniciou no Estádio Nacional Mané Garrincha e caminhou até a frente do Congresso Nacional, onde lideranças sindicais, estudantis e partidárias realizaram falas. Quando a passeata se aproximava do final, mesmo sendo tranquila e sem nenhum incidente, a Polícia Militar do Distrito Federal tentou impedir a caminhada e passou a revistar alguns manifestantes, detendo oito. Hoje, terça, lideranças das três entidades (UNE, Sinasefe e Andes), da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e da Andifes, estavam em Brasília discutindo estratégias para combater o recente programa anunciado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, chamado “Future-se”, que possibilita a cobrança de mensalidades nas Instituições Federais de Ensino Superior. A Polícia Militar voltou a reprimir os presentes, cercando uma pequena concentração de manifestantes ao redor do prédio do MEC e dispersando-os com spray de pimenta e cassetetes.

Conforme divulgado pelo Correio Braziliense, o presidente do Andes, Antônio Gonçalves, entregou um manifesto do sindicato aos reitores na entrada do MEC. “Diante das difusas informações divulgadas pela mídia, mas considerando o documento intitulado  ‘Financiamento da Educação Superior no Brasil’ – Impasses e Perspectivas, produzido pelo Centro de Estudos e Debates Estratégicos (Consultoria Legislativa da Câmara Federal), o Programa Ministerial poderá promover o mais profundo ataque à universidade pública, ferindo sua autonomia e impondo categoricamente sua privatização”, diz trecho do documento.
A proposta do “Future-se” foi apresentada oficialmente hoje de manhã, e traz diversas medidas que contrariam a função social e os pilares das universidades públicas. Entre outras coisas, ele permite que elas sejam geridas e administradas por Parcerias Público-Privadas, financiadas por fundos com capital privado, possam ceder prédios para empresas e, até, segundo o secretário de educação superior do governo, Arnaldo Lima, possam “transformar um terreno em um shopping center”. Segundo afirmou o secretário, “queremos que a educação brasileira seja um produto tipo exportação”.

 

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