O 1º de Maio é a data em que a classe trabalhadora rememora suas lutas e lideranças históricas. Para além de expressar a resistência à exploração promovida por capitalistas e burgueses é também um testemunho do desenvolvimento da consciência de classe dos trabalhadores e das trabalhadoras em todo o mundo.
No Brasil, nas duas últimas décadas, não faltaram acontecimentos, fatos e processos para que retiremos aprendizados classistas. O principal deles é o reconhecimento de que a política de conciliação de classes que vigorou de 2003 a 2016, sob política econômico-social neoliberal moderada, desarmou a organização e consciência da classe, criando um campo fértil para a condução de uma guerra por parte da classe dominante brasileira e do imperialismo norte-americano via Lava Jato contra nossos direitos e recursos naturais. Esse processo envolveu judiciário, sistema de mídia, partidos e políticos de direita e extrema direita no Congresso Nacional, norteados por órgãos dos Estados Unidos, culminando no golpe de Estado institucional com pequena resistência política, sob o aparente impeachment de Dilma Rousseff; e posse do ilegítimo governo Temer, que avançou o processo de eliminação de direitos sociais e trabalhistas, consolidou o sequestro do pré-sal pelo capital internacional e sancionou a draconiana Lei do Teto de Gastos. Em seguida, com a eleição de Jair Bolsonaro, com franco apoio das classes dominantes, militares, “Centrão”, milícias e fundamentalistas devotos da teologia da prosperidade, continua a ser ampliado o aprofundamento da destruição de direitos sociais, de políticas e órgãos públicos, de espaço democráticos e do meio ambiente.
No Brasil de hoje, que emergiu do desarme da organização e consciência da classe e do Golpe de Estado de 2016, a realidade da classe trabalhadora pode ser assim resumida: mais de 660 mil mortes e milhões de sequelados pela Covid-19; alta da inflação impulsionando a elevação dos preços de combustíveis, do gás de cozinha e dos alimentos da cesta básica; 40 milhões passando fome e 115 milhões convivendo com algum tipo de insegurança alimentar; população miserável de rua e periferia crescendo de forma alarmante; desempregados atingindo mais de 20 milhões e subempregados totalizando 40 milhões que trabalham sem registro; déficit de moradias e de saneamento básico gigantesco.
Na perspectiva do Sintef-GO, esta realidade reforça a necessidade de um sindicalismo combativo, capaz de produzir um programa e um calendário de lutas que aponte para a imediata revogação de todas as contrarreformas e de reconstrução das liberdades democráticas aviltadas. Mais do que nunca é preciso mobilizar trabalhadores e trabalhadoras, sindicatos, movimentos populares e a juventude nos locais de trabalho, moradia e estudo, com independência de classe e autonomia, através de pautas concretas de reivindicações e lutas. Também devemos ampliar as ações de solidariedade com os setores mais atingidos pela carestia, fome e miséria, a exemplo do que o Sintef-GO realizou, desde o início da pandemia, mediante campanhas de solidariedade em torno de, entre outros, materiais protetivos e de higiene, alimentos, vestuários, utensílios domésticos e materiais escolares.
Por fim, é fundamental organizar as lutas de agora e as que virão mediante a realização de um ENCONTRO NACIONAL DA CLASSE TRABALHADORA, baseada na verdadeira democracia operária e popular, mobilizando entidades e movimentos sindicais, populares e estudantis com o objetivo de analisar a conjuntura, construir um programa e um calendário de lutas nacional que tenha como foco estratégico a derrocada do projeto neoliberal, inclusive lançando mão de greves gerais como ferramentas fundamentais de luta da classe.
Para o Sintef-GO, o 1º DE MAIO DE 2022 será mais uma oportunidade para irmos às ruas, às manifestações, preparar lutas comprometidas com as reivindicações imediatas, sem perder de vista os objetivos históricos da classe trabalhadora!
Sintef-GO,
Na Luta!