Mobilizações ocorreram em diversas capitais e cidades do interior. Em Goiânia, participaram cerca de 300 pessoas
Na última sexta-feira (10/8) ocorreu em Goiânia e em todo o Brasil o Dia do Basta, em protesto contra o desemprego, o aumento no custo de vida e as políticas de austeridade, desestatizantes e lesivas aos direitos dos trabalhadores implementadas em âmbito nacional e local pelos governos, mas de forma intensificada e preconizada no governo federal.
Em Goiânia, a marcha reuniu cerca de 300 pessoas, que caminharam do Palácio da Indústria, na esquina da Avenida Anhanguera com a Tocantins, até a Praça Universitária. Professores e servidores técnico-administrativos da UFG e dos Institutos Federais, da rede estadual de ensino, trabalhadores da saúde, urbanitários, servidores do INSS, trabalhadores do serviço público federal administrativo, aposentados e estudantes foram as principais categorias presentes.
No encerramento da atividade, ocorreu um ato político-cultural na Praça Universitária, com shows e apresentações de músicos e bandas locais, seguido da cerimônia de posse da nova diretoria da União Estadual dos Estudantes de Goiás (UEE).
Pelo Brasil
Em todos os estados do Brasil houve manifestações e paralisações no dia 10. A mais cheia delas foi na Avenida Paulista, em São Paulo, que reuniu cerca de 10 mil pessoas. Os metalúrgicos do ABC atrasaram o início do expediente e centenas se deslocaram até a Avenida Paulista para compor o ato.
No Paraná, o Dia do Basta mobilizou trabalhadores em Curitiba e mais 10 cidades do interior. Em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, os petroleiros da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) realizaram uma assembleia durante a manhã e atrasaram a entrada do primeiro turno em duas horas, contra a privatização da Petrobras e os preços abusivos dos combustíveis e gás de cozinha.
As duas principais categorias profissionais que se mobilizaram no país no Dia do Basta foram os bancários e os petroleiros. Diversas agências bancárias, refinarias e distribuidoras da Petrobrás não funcionaram na sexta ou atrasaram o início do expediente. Os trabalhadores do setor financeiro protestam não só pelas pautas da classe trabalhadora de maneira geral, mas também pela garantia de emprego no setor, diante do fechamento de agências, e reposição da inflação. Agências ficaram fechadas no dia 10 em praticamente todos os estados.
Os petroleiros, por sua vez, paralisaram refinarias em Paulínia – SP, Araucária – PR, Camaçari – BA, Macaé – RJ, Mauá – SP, e na Refinaria Abreu e Lima / Transpetro Suape, em Pernambuco. As reivindicações são pela reestatização das refinarias e distribuidoras vendidas a petrolíferas estrangeiras, pela redução no preço dos combustíveis e do gás de cozinha, além da reversão dos ataques aos direitos trabalhistas e ao emprego.
Em Natal, o destaque ficou com os motoristas do transporte coletivo da capital potiguar, que paralisaram as atividades durante a manhã e não tiraram os ônibus da garagem em protesto contra o arrocho salarial e por aumento no vale-alimentação.
No Mato Grosso do Sul, 90% dos colégios estaduais e municipais fecharam as portas com a massiva adesão dos professores ao Dia do Basta. Operários da construção civil, bancários e trabalhadores dos Correios também se somaram à paralisação dos docentes e não trabalharam no dia 10. Manifestações massivas também ocorreram em Dourados e Corumbá.