O Sindicato dos Trabalhadores em Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica – Goiás, o Sintef-GO, conclama aos trabalhadores do IFG (Instituto Federal de Goiás) e do IF Goiano (Instituto Federal Goiano) a participarem da manifestação em defesa de mais trabalhadores da Educação em Goiás, que será nesta quinta-feira (19/4), às 17h, na Praça do Bandeirante. O ato é contrário ao edital de concurso para professor do ensino básico da rede pública estadual de Goiás, que só conta com vagas para professores da área de exatas e biológicas, excluindo as humanidades.
A mobilização nasceu em resposta ao edital publicado no início do mês pela Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce). O certame é o primeiro em oito anos e conta com 900 vagas, contemplando apenas as áreas de Biologia, Física, Matemática e Química. O último concurso foi realizado em 2010 e, de lá para cá, o Estado vem contratando professores somente via contrato temporário para estancar o déficit.
Além do déficit, pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) do MEC, em 2012, aferiu que Goiás é um dos estados onde há maior número de docentes lecionando em matérias fora de sua área de formação, chegando a uma proporção de seis professores a cada dez dando aulas em disciplinas para as quais não são formados. A pesquisa, feita depois do último concurso, evidencia o déficit e a necessidade de se “tapar buracos” feita pela Seduce, realocando professores para outras matérias além das suas próprias.
Luta
A iniciativa da luta contra o edital partiu tanto de estudantes de licenciatura nos cursos de Humanas quanto de professores universitários e do ensino básico estadual. Na UFG, os estudantes constituíram a Frente das Licenciaturas, enquanto os professores articularam o movimento “Mais Trabalhadores da Educação”.
De acordo com Mariana Silva, estudante de Letras da UFG, a Frente nasceu durante realização do Conselho Universitário ordinário da UFG, quando estudantes ocuparam o salão da reunião e pautaram um posicionamento oficial da universidade contrário ao edital da forma como foi publicado, excluindo totalmente a área das Humanas.
“Embora a Frente tenha surgido contra o edital da Seduce, entendemos que toda a educação pública brasileira tem passado por diversos ataques. Perpassa pela PEC que congela 20 anos de investimentos públicos, pela Reforma do Ensino Médio, pela questão da implementação da residência pedagógica, dos cortes no PIBID, etc. Por isso, entendemos a necessidade de criar uma Frente que seja não só em defesa das licenciaturas, e que de maneira alguma se esgota na luta contra esse edital, mas que lute pela educação pública como um todo, com o horizonte de criar uma educação de caráter popular”, explica a estudante.